Diário de Viagem - 100/119 - 13/12/2006      Lisboa


 -x-x-x-x-x- . As 9:25 de hoje estávamos na Rua Augusta caminhando em direção ao grande Arco da Vitória que a separa da Praça do Comércio.
Nele podem ser vistas estatuas de algumas das principais figuras da história de Portugal, ladeadas por representações alegóricas dos rios Tejo e Douro, encimadas por um conjunto escultorico neoclássico: a "Gloria coroando o gênio e o valor".
Nosso objetivo é a Torre de Belém assim começamos pela Av. Ribeira das Naus, passamos pelo Mercado da Ribeira e pelo Cais de Sodré, chegamos a Igreja de Santos-o-Velho (séculos XVII e XIX) - templo reedificado em 1147 sobre outro datavel do século IV.
Sucessivas campanhas de obra, sobretudo em 1696, pelo arquiteto João Antunes, e no século XIX, conferiram-lhe a atual fisionomia.
Passamos pelo Museu de Arte Antiga, pelas Docas de Santo Amaro e chegamos as bases da Ponte 25 de Abril... grande obra de engenharia e que pela altura e pelo movimento constante gera um ruído (zumbido) bastante forte nas suas proximidades.
Agora seguimos margeando o Tejo em direção ao Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém, passamos pelo Parque onde existe um monumento em homenagem a guitarra na proa - trata-se de uma homenagem ao fado, a Amália e a Lisboa.
Os jardins que acompanham a orla do Tejo são muito bonitos e espaçosos.
Passamos pelo Museu da Eletricidade e chegamos as marinas que rodeiam o monumento Padrão dos Descobrimentos - em forma de proa de nau, o monumento da década de 60, parece transportar algumas das figuras mais importantes da história de Portugal pelos mares afora.
A que sobressai é a do Infante D. Henrique, principal impulsionador da saga marítima dos portugueses, daqui já podemos ver o Mosteiro dos Jeronimos, o Centro Cultural de Belém, o Museu de Arte Popular e o nosso objetivo imediato a Torre de Belém.
Ao nos aproximarmos da Torre de Belém o que nos chama atenção é o exemplar do aeroplano usado na primeira travessia por Sacadura Cabral e Gago Coutinho - replica em aço do hidro avião "Farey III-B" "Santa Cruz" que concluiu a primeira travessia aérea do atlântico sul e que saindo de Lisboa passou por Las Palmas, São Vicente, S. Tiago, Penedos, Fernando de Noronha, Recife, Bahia, Porto Seguro, Vitória e Rio de Janeiro, numa viagem de 8.088 km realizada em 60 horas e 4 minutos de vôo.
A nossa frente esta a Torre de Belém - debruçado sobre o rio, ergue-se o grande símbolo da capital.
Construída no século XVI, no local de onde partiu a frota de Vasco da Gama, a Torre foi em tempos um dos baluartes de defesa da barra do Tejo.
A torre tem os seguintes pisos: -1 = paiol e prisões; 0 = bateria baixa; 1 = bateria alta; 2 = sala do governador; 3 = sala dos reis; 4 = sala de audiências; 5 = capela; 6 = terraço da torre.
Desde o período filipino (1580-1640 ) este espaço foi utilizado como cárcere político.
De cerca de 100 prisioneiros identificados constam figuras destacadas e influentes no seu tempo.
O mais antigo prisioneiro conhecido foi D. Pedro da Cunha em 1589.
Fizemos um lanche num quiosque na praça próxima a Torre de Belém no qual tivemos a companhia de várias dezenas de pardais/tico-tico que chegavam inclusive a descer na mesa para comer as migalhas.
Seguindo em direção ao Mosteiro dos Jeronimos passamos pelo grande Centro Cultural de Belém - um dos mais ativos espaços culturais lisboetas, onde se podem assistir a exposições, concertos, danças e teatro.
Chegamos ao Mosteiro dos Jeronimos o qual tem em suas instalações o Museu da Marinha e o Museu de Arqueologia - fundado em 1883, devido aos esforços de Jose de Vasconcelos, conservador da biblioteca nacional e, o Museu Nacional de Arqueologia, pretendia conjugar os contributos da antropologia, arqueologia e etenografia.
Em 1989 o museu ficou definitivamente vocacionado para o domínio arqueológico, sendo possuidor de um valioso acervo que remonta a antes da época romana.
Estamos no Mosteiro dos Jeronimos, nesta área esta o Claustro e a Igreja do Século XVI.
Do jardim da praça do império se pode ver o Mosteiro dos Jeronimos, mandado erigir no século XVI pelo rei D. Manoel I.
Nesta obra prima do "Manoelino" (um gótico tardio com decoração ligada a temas dos descobrimentos), merecem destaque a Igreja e fachadas, o Claustro e as Portas Sul e Ocidental, ricamente ornamentadas.
Dentro do templo encontram-se os túmulos de Luiz de Camões, o maior poeta épico português, e de Vasco da Gama, descobridor do caminho marítimo para as Índias.
No Claustro esta o tumulo do grande poeta português do século XX, Fernando Pessoa.  Nosso roteiro, Cidades pelas quais já passamos e iremos passar... No lugar onde se encontravam, existem hoje o Museu Nacional de Arqueologia e o Museu de Marinha.
Ao lado esta situado o Planetário Calouste Gulbenkian, onde se pode ver as estrelas de dia.
Após visitarmos esta obra magnífica começamos o nosso caminho de volta para o centro de Lisboa passando pela Fabrica dos Pastéis de Belém (muito saborosos), onde desde o século XVIII, se produzem os famosos pasteis com o mesmo nome.
Originalmente, a fabrica destinava-se a abastecer os frades no Mosteiro dos Jeronimos, portanto pode comer a vontade, que não é pecado!.
Passamos pela Praça do Império de grandes proporções tendo em seu centro um grande quadrado e no centro deste um grande chafariz com gaivotas nadando como se estivessem em seu habitat marítimo.
Chegamos a estação de Belém do Comboio suburbano que nos levou até o Cais de Sodré, estação final do mesmo.
Nas proximidades da praça do Comércio e na beira do Rio Tejo inúmeros pescadores mantém seus caniços em regime de espera na expectativa de pegar algum peixe, enquanto os observávamos aproveitamos para fotografar algumas cenas do por do sol lisboeta.
Chegamos a Praça do Comércio, um local onde a grande maioria das pessoas que por ali circulam estão fotografando a grande árvore de natal ou o Arco da Rua Augusta ou o homenageado da praça que é a estatua eqüestre de D. José I.
Dirigimos-nos a Praça do Rossio e preparamos o abastecimento para o fim de noite terminando assim o nosso dia de hoje.


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Mendes  @   Rosa Maria

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