Hoje as 8:30 saímos de
Oviedo sob um chuvisco intermitente, nosso destino Lugo, no coração da Galicia, em linha
reta a distância que nos separa de Lugo é de 160 a 180 km no máximo, mas o percurso que
será feito vai demorar 5 horas conforme informação da empresa ALSA.
Ao iniciarmos nossa viagem soubemos que iríamos passar por Leon, Astorga, Ponferrada,
Pedrafita do Cebreiro e finalmente Lugo, porque? não existe Oviedo-Lugo direto,
acreditamos que seja para passar pelas localidades de maior movimento e com isso reduzir
as linhas diretas.
Uma viagem tranqüila com a paisagem um pouco limitada devido a neblina e em outros
trechos devido a chuva, mas mesmo assim uma viagem com vistas agradáveis por regiões bem
distintas desse Pais espetacular, que é a Espanha.
O sistema rodoviário da Espanha é de uma qualidade excepcional, a maior parte dos
grandes desníveis e aclives tem sido resolvido por grandes viadutos e longos túneis, no
percurso de hoje passamos por uns 10 túneis e mais de 30 grandes viadutos.
As 13:30 chegamos a Lugo.
Lugo é uma cidade e um município da Espanha na província de Lugo, comunidade
autónoma da Galiza, de área 330,86 km² com população de 94.271 habitantes (2006) e
densidade populacional de 283,95 hab/km² e que está situada no extremo noroeste da
península Ibérica, no coração da Galicia, em uma nave promontoria a margem do Rio
Miño, aqui se localiza Lugo com mais de 2.000 anos de história.
Lugo segundo o poeta é: esta grande cidade pequena do tamanho justo do coração humano,
conserva entre suas muralhas a matéria e o espírito de uma história milenar.
Mas também se estende para fora e para o futuro, como um organismo vivo, e cresce culta,
universitária, turística, comercial e discretamente industrial.
Aos pés da cidade o Rio Miño e seus afluentes definem uma natureza esplendorosa: a
Galicia mais verde ao redor das pedras mais antigas.
Lugo foi fundada por volta do ano 15 antes de Cristo e de imediato se converteu na Capital
da Gallaecea Setentrional.
Três séculos mais tarde teve lugar uma importante reforma urbana, ao seu redor se erigiu
uma Muralha de pizarra e granito com um perímetro de 2.266 metros, com uma espessura
media de 6 metros e uma altura media de 10 metros.
Originalmente a muralha tinha 85 torres semi circulares.
As bases destas torres se conservam até hoje e se podem contar 71 cubos, que dão a essa
fortaleza seu caráter inconfundível.
Das suas portas romanas, se conservam três com escassas modificações e outras mais, a
porta Miñá está com a estrutura original praticamente intacta.
Também se conservam em boa parte visíveis, muitas das primitivas escadas de acesso, uma
para cada torre.
A muralha durante o dia é o melhor mirador sobre a cidade velha; durante a noite, graças
a uma discreta iluminação é um poético passeio com muito mistério.
Entretanto Lugo Romano é muito mais que a grande muralha.
Em baixo da cidade atual se esconde a antiga Lucus Augusti que a grande quantidade de
restos arqueológicos exumados confirma como uma autentica cidade romana, e que apresenta
a maioria de seus elementos definidores (foro, calçadas, termas, templos, necrópoles,
aquedutos).
Essa é a cidade que nos próximos 2 dias iremos visitar e conhecer.
Hoje fomos conhecer inicialmente a Catedral de Lugo, românica e gótica, teve sua
construção iniciada em 1129 sobre estrutura de outro templo anterior.
A Catedral tem planta de Cruz latina, sendo a nave central, parte das laterais e os
braços do cruzeiro.
Em 1450 se construiu a Capela dos Reyes e San Froilan.
A Capela del Pilar e a Capela Maior são de claro estilo gótico. O claustro é de estilo barroco, também usado como
cemitério dos clérigos e prelados e teve sua construção iniciada em 1408.
A Capela da Virgem de Olhos Grandes, patrona da cidade foi construída no século XVIII
por Fernando Casa Novoa, constitui uma jóia do estilo barroco.
Em destaque o baldaquino, de estilo churrigueresco, obra de Miguel Romay.
A fachada principal atual data de 1769, de estilo neoclássico, foi desenhada por Julio
Sanchez Borte que derrubou a primitiva.
As torres da fachada, cujos primeiros terços datam do século XV se concluíram com um
projeto do arquiteto provincial Dom Murezio Cobreros Uevilles em 1880, as torres foram
desenhadas como parte da fortaleza defensiva que constituía a Santa Igreja Catedral
Basílica nesta época de imposição do senhorio eclesiástico da cidade.
A Catedral de Lugo possui um antigo privilégio, provavelmente da época em que começou a
sua reconstrução (fechar é ilegal) que lhe concedeu a exposição permanente do
Santíssimo Sacramento.
Em 1669 quando a Junta do Reino da Galicia aceita a petição do cabildo lucense, passa a
efetuar um donativo anual para o mantenimento do culto.
Esta será oferecida de maneira rotatória pelo corregedor da capital ou de outra cidade
do reino, no domínio da infraoctava del Corpos, esta tradição se segue comemorando.
Ao sairmos da Catedral nos dirigimos para a muralha, a qual percorremos em sua totalidade
iniciando pela Puerta de Santiago a qual foi reconstruída no século XVIII, sobre este
arco há uma estátua eqüestre de Santiago, barroca.
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