Caminhando na Ilha de Florianópolis
20/07/2007
trilhas de: Naufragados e da Lagoinha do Leste.



Estamos começando o nosso segundo dia de caminhada aguardando o ônibus (transporte coletivo urbano) que deverá nos levar até a Praia da Caieira da Barra, distante 12 quilômetros da pousada.
São 09h10min já estamos iniciando nossa caminhada subindo em direção a praia de Naufragados, nosso destino inicial será a praia situada no extremo sul da Ilha.

NAUFRAGADOS
O nome surgiu de um episódio ocorrido naquela praia com um grupo de imigrantes açorianos, em 1753, que, seguindo determinações da Corte Portuguesa, partiriam em dois navios para o Rio Grande do Sul.
Uma tempestade inesperada na costa da Ilha de Santa Catarina, porém, fez com que as naus fossem a pique, próximas da ponta de Naufragados, sobrevivendo apenas 77 pessoas.
Algumas contudo, prosseguiram para o Rio Grande do Sul, outras permaneceram na Ilha.
Na segunda metade do século XIX, foi construído um farol naquela ponta.
Este farol, que se erguia no alto do cabo rochoso, foi inaugurado a 3 de maio de 1861.
Ele foi composto por uma torre branca e circular, de alvenaria, construída num maciço de 30 metros, o que elevava o conjunto a 42,6 metros acima do mar.
Hoje ainda são perceptíveis as ruínas de plataforma do antigo farol.
Toda a extensão e beleza de Naufragados também são perceptíveis logo quando se chega à praia.
O acesso difícil, se dá por uma trilha que tem seu início no final da Caeira da Barra do Sul, prosseguindo através do morro, no meio da natureza e permitindo desfrutar de lindos panoramas naturais.
Localizada no extremo sul da Ilha, a praia possui areia grossa e mar aberto.
Com mínima infra-estrutura, é ideal para quem gosta de acampar, praticar treeking ou pescar nos costões.
Em frente à praia situa-se a ilha de Araçatuba, onde está a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, de 1744.

Estamos na praia de Naufragados, são 9:50 vamos iniciar nossa caminhada pela trilha do lado leste que vai nos levar até as praias do Pântano do Sul.
Grande parte da trilha é feita caminhando sobre pedras, passamos pelas praias do Saquinho, Praia da Solidão Praia dos Açores, e as 14:00 fomos lanchar na praia de Pântano do Sul.

PÂNTANO DO SUL
Considerada uma das mais ricas colônias de pescadores da Ilha, a praia do Pântano do Sul possui uma área com 2,35 quilômetros de extensão, com mar aberto e relativamente agitado.
Localizada a 31 quilômetros do centro de Florianópolis, a maioria dos seus frequentadores são nativos e turistas que procuram um lugar mais tranquilo para viver.
A Costa de Dentro é um desses lugares.
Além de possuir cerca de 200 casas e um mar de águas cristalinas, há sempre salva-vidas por perto.
Um chamariz para os casais com filhos.
Com boas opções de restaurantes, Pântano do Sul é especialista em frutos do mar.
Mal a aurora dá o ar de sua graça, os barcos já começam a partir, trazendo tudo fresquinho, pronto para ser saboreado.
É por isso que os restaurantes estão sempre repletos de gente.
É no Pântano do Sul também, que encontramos os mais distantes registros arqueológicos.
O sambaqui daquela localidade é formado por antigos depósitos de conchas, restos de cozinha e de esqueleto amontoados por tribos selvagens em nosso litoral, e foi datado em aproximadamente 4.500 anos.

São 15h00min horas, vamos começar a trilha que vai nos levar até a Lagoinha do Leste, esta trilha tem um aclive bastante acentuado e é totalmente de pedras.
LAGOINHA DO LESTE
Praia, costões, lagoa, cachoeira e mata nativa.
Esses ingredientes estão todos juntos na Lagoinha do Leste, que esconde seu encanto entre os morros do sul da Ilha de Santa Catarina.
Um dos últimos redutos de Mata Atlântica ainda preservados em Florianópolis, o Parque Municipal da Lagoinha do Leste, foi criado por lei em 1992 e compreende uma área de 453 hectares de beleza exuberante.
A melhor maneira de chegar à Lagoinha do Leste é a pé. De carro é impossível, não há estrada.
Pode-se também ir pelo mar, com desembarque precário por causa da rebentação - ou de helicóptero, um meio nada usual.
Essa relativa dificuldade de acesso tem servido, ao longo do tempo, como escudo protetor do lugar.
A caminhada dá pra suar a camisa, mas também não exige habilidades de alpinista e pode ser encarada sem sacrifício por quem gosta de estar junto da natureza.
Há duas opções de trilha, cada uma com suas vantagens.
Para chegar mais rápido, pode-se fazer a caminhada em uma hora a partir da comunidade do Pântano do Sul, passando pelo meio do mato e dos morros.
É o acesso mais utilizado pelos visitantes.
O chão é pedregoso e irregular, mas fácil de andar se você prestar atenção onde pisa.
Depois da subida, tem-se a surpresa de uma vista fabulosa da Lagoinha.
Aí é só descer e afundar os pés na areia da praia.
A alternativa mais longa é começar na Praia da Armação, atravessar um córrego até a praia do Matadeiro e pegar a trilha que vai pela encosta do morro na direção norte-sul, margeando pelo alto do costão à beira-mar.
Dá para chegar em duas horas e meia a três horas, num passeio de cartão postal.
A paisagem é de uma beleza alucinante, com ondas estouradas nas pedras lá embaixo, os olhos d`água brotando da terra e a discreta companhia dos habitantes locais: gaivotas, passarinhos, gaviões, pequenos roedores, lagartos e - muito raramente - cobras (se elas não forem incomodadas também não vão incomodar).
Apesar da trilha ser relativamente segura, não custa repetir uma dica valiosa: preste atenção onde coloca os pés.
A vegetação é rasteira e espinhosa, o que pode render alguns arranhões para os mais desatentos.
A Praia da Lagoinha do Leste tem pouco mais de um quilômetro de extensão e está voltada para mar aberto.
Limita-se à direita e à esquerda com costões de pedra e está cercada de morros com vegetação nativa.
A lagoinha que dá nome ao lugar é abastecida por uma bacia hidrográfica de pequenos córregos que nascem na floresta.
Todo esse conjunto natural abriga uma rica biodiversidade.
Um parênteses: quem já teve o privilégio de assistir, em ocasiões especiais, o espetáculo das algas fosforescentes na Lagoinha fica com a cena gravada para sempre na retina.
Como num sonho fantástico, a água cintila ao menor toque, a areia molhada da margem brilha com os passos da noite.
Toda a área do parque é classificada como de "preservação permanente" pela lei nº 3.701/92.
É proibido o parcelamento do solo, a abertura ou prolongamento de vias e qualquer tipo de edificação, o uso de veículos automotores, caça de animais e coletas de plantas.
Como chegar : Através de duas trilhas, uma com início na Praia do Matadeiro e outra com início na comunidade da Praia do Pântano do Sul.

No alto do morro quando pudemos ver a praia de Lagoinha do Leste já estávamos na área de "preservação permanente", se a subida é pesada, a descida é bem mais pesada, principalmente por trata-se de trilha pouco usada e consequentemente rústica.
Chegamos à praia as 16h00min horas, após um pequeno descanso iniciamos nossa jornada em direção a Praia de Armação, a trilha que vamos seguir passará por vários costões e nos levará até a Praia do Matadeiro que fica encostada com a Praia de Armação.
A previsão de tempo para essa trilha é de +- 2:30 horas, levamos 03:00 horas, consideramos normal pois já tínhamos feito a trilha dos Naufragados na parte da manhã e agora no lado leste da ilha começa a escurecer mais cedo principalmente nas áreas coberta de mata (arvores).
Chegamos em Armação as 19h00min horas, bastante cansados, nos hospedamos na pousada Maré de Lua, terminamos a noite lanchando no Bell’s Company onde fomos atendidos pelo Juan Duarte uruguaio/brasileiro muito prestativo e bastante conhecedor das trilhas que existem naquela região, com o qual trocamos informações sobre outras trilhas para viagens futuras.

ARMAÇÃO
Com ares de pequena aldeia, a praia da Armação, localizada a 25 quilômetros do centro de Florianópolis, é um dos principais núcleos de pesca artesanal da Ilha, convivendo com o fluxo turístico e dos praticantes de surfe.
O nome Armação vem de um passado não muito nobre da praia, embora essencial ao desenvolvimento da Ilha.
Armação era qualquer localidade onde as baleias, já mortas, eram utilizadas para a produção do óleo utilizado na iluminação.
Além do óleo, outras partes do cetáceo eram aproveitadas, como a carne, a gordura e até as barbatanas.
Com isso, a pesca predatória levou à quase extinção do animal.
Atualmente as baleias branca são fortemente preservadas e o turismo de observação é fonte de renda para Santa Catarina.
No aspecto histórico, a Igreja de Sant'Anna, construída em 1772 é a principal atração.
Era lá que os arpoadores e tripulantes das baleeiras se confessavam e ouviam missa antes da pesca começar.
Em seguida, o sacerdote descia à praia para benzer as embarcações que iam para o mar.
Da igreja original praticamente nada mais resta, embora ela conserve muitas características da reforma feita em 1838.
Outra, realizada em 1948, modificou totalmente a fachada original do prédio.
Durante o verão, o aumento da população fortalece as opções noturnas, com novos bares, pousadas e restaurantes.
Da Armação também saem os barcos para a Ilha do Campeche, uma das mais visitadas ilhas que rodeiam Florianópolis.

Estamos no Ribeirão da Ilha (Florianópolis), lá em frente depois do mar, esta o Brasil... Rosa Maria, Maria Lucia e Paulo se preparando para iniciar o percurso de hoje, só trilhas, eu também!!!!
Paulo, Maria Lucia, Rosa Maria e Mendes na praia de Naufragados... -
Lá em baixo a praia de Lagoinha do Leste. Um pouco das trilhas de acesso a Lagoinha do Leste, via Pântano do Sul.
Pedras parecendo um golfinho no final da praia de Lagoinha do Leste. Agora vamos para a praia de Armação, a trilha vai indo por ai...
O nosso percurso será pelas encostas que aparecem aí em frente... até a praia de Armação passando por Matadeiro. Aqui encontramos o Juan Duarte (uruguaio/brasileiro), conhecedor de muitas trilhas na região.
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Mendes  @   Rosa Maria

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