Ontem a noite tivemos uma
agradabilíssima surpresa quando olhamos para o céu, tinha uma linda lua cheia brilhando
e prenunciando um dia sem chuva.
Hoje amanheceu um pouco nublado e as 8:30 já estávamos na Praça da Liberdade.
Seguimos em direção a estação de trem, que aqui em Portugal chama-se comboio, que é a
Estação de S. Bento - foi edificada no principio deste século passado, no local onde
existia o Convento de S.Bento de Ave-Maria, e dai o nome que batizou a estação.
O átrio esta revestido com 20 mil azulejos históriados do pintor Jorge Colaço
(1864-1942).
É um dos mais notáveis empreendimentos artísticos que marca a azulejaria do nosso
século.
Os painéis contem várias alusões aos caminhos de ferro a história dos transportes,
assim como a acontecimentos celebres da história de Portugal.
Seguimos em direção a ponte Luis I, é a primeira ponte sobre o rio Douro aqui na cidade
do Porto que interliga a Vila Nova de Gaia.
Esta grande estrutura com três pisos (o piso superior hoje se destina ao uso do metro, o
segundo ao transporte ferroviário e o terceiro ao transporte rodoviário) foi projetada e
construída por Gustavo Eifel, o mesmo da Torre Eifel de Paris.
Neste ponto avista-se a muralha de Fernandina: trecho dos Guindais - a segunda cinta de
muralhas começou a ser construída cerca de 1336, ficando concluída em 1376.
Tinha uma extensão de 3.000 passos e altura media de 30 pés.
Nela se rasgavam várias portas, defendidas por torres.
O pano de Santa Clara, restaurado nos anos 20, é aquele que apresenta hoje melhor
visibilidade, impressionando pelo arrojo da sua implantação.
Fizemos uso do terceiro piso e chegamos a Vila Nova de Gaia e procuramos informações
sobre as Caves de Vinho do Porto, visto que as mesmas estão localizadas em Vila Nova de
Gaia, sendo que a maioria delas está localiza na Avenida que margeia o Rio Douro.
Visitamos a Caves Cálem, fundada por Antonio Alves Cálem em 1859, a Porto Calem
tornou-se notável pela qualidade de seus vinhos, reconhecidos por todo mundo.
O vinho do Porto Calem resulta da especial atenção dedicada a produção e a colheita de
uvas de grande qualidade, em particular nas zonas cima corgo e Douro superior, conhecidas
como a "Catedral do vinho do Porto".
O segredo da qualidade do vinho do Porto Calem reside nas excelentes castas que estão na
sua origem, nas modernas tecnologias de verificação, no lento e harmonioso
envelhecimento em tonéis de carvalho, protegido da luz e do calor.
Situadas numa das zonas mais bonitas de Vila Nova de Gaia, com vista para a histórica
Ribeira do Porto, são o espaço ideal para quem procura a modernidade aliada a história,
requinte e distinção.
Voltamos para a ribeira do Porto, passamos em frente a Capela do Sr. Bom Jesus da Lapa
(fechada).
Chegamos a Praça da Ribeira - praça de origem medieval, transformada no século XVIII
por João de Almada e Melo.
Por sugestão do cônsul inglês J. Whitehead, os lados nascente, sul e poente seriam
fechados por uma arcada.
O plano ficou interrompido, restando dele elementos apenas da fachada ocidental e na
grandiosa fonte que servia de pano de fundo.
Entre a praça e a ponte desenvolveu-se uma interessante arcaria, encostada a parte da
muralha Fernandina e articulada com a serventia superior e respectivo casario.
Embora construída já no século XIX, inspirou-se nos Adelphi, os desaparecidos armazéns
da zona portuária de Londres.
Passamos pela Igreja de São Nicolau - antiga igreja medieval foi destruída por um
incêndio em 1758, tendo sido reedificada em estilo misto de clássico e barroco.
É um templo de uma só nave e no seu interior destaca-se a talha de estilo rococó, da
autoria de Frei Manoel de Jesus Monteiro, bem como um painel do pintor João Glama.
Mantem-se ainda como sede da antiga confraria dos ourives.
Chegamos a Igreja monumento de São Francisco e Museu de Catacumbas - Igreja de São
Francisco e Casa de Despacho - a construção da Igreja iniciou-se no século XIV, sendo o
principal templo em estilo gótico existente na cidade.
No entanto é uma das mais importantes obras do Barroco, pelo seu revestimento interior em
talha dourada, dos séculos XVII e XVIII.
É de destacar a Árvore de Jessé, da autoria de mestre Manuel Carneiro Adão.
A Casa do Despacho terá sido edificada segundo o risco de Nicolau Nasoni, entre 1746 e
1749.
O interior é ricamente decorado, sendo digno de nota o mobiliário original do século
XVIII.
Aqui encontramos um curitibano, militar do exercito brasileiro, em ferias sargento Johan,
atualmente esta lotado no quartel do Bacacheri e presta serviços no Hospital Militar.
Passamos pelo Edifício da Bolsa de Valores - a construção iniciou-se em 1842, no local
onde existia o Convento de São Francisco.
O projeto é do arquiteto Joaquim da Costa Lima, refletindo a influencia do neo
paladianismo inglês.
No corpo central, um vestíbulo da acesso ao Pátio das Nações, coberto por uma
estrutura metálica e envidraçada.
O pavimento é de mosaico e inspira-se em modelos greco-romanos descobertos em Pompéia.
Na restante decoração do interior destacam-se trabalhos de Soares dos Reis, Teixeira
Lopes e Antonio Carneiro.
O salão árabe iniciado em 1862, foi projetado por Gonçalves de Souza, tendo como modelo
o Palácio de Alhambra.
Seguimos para o Porto da Ribeira, passando pelo Postigo do Carvão - das 18 portas e
postigos da muralha Fernandina construída no século XIV este é o único que se manteve
até os nossos dias.
Nele se encontrava uma inscrição gótica da era 1386.
Através deste postigo era feita a ligação da Rua da Fonte Taurina ao Cais Postigo do
Carvão - Cais da Estiva - Única porta sobrevivente da muralha do século XIV, ligava o
Cais da Estiva à Rua da Fonte Taurina.
No interior, vêem-se os degraus de acesso à parte superior do Muro.
Ai existiu uma inscrição, hoje recolhida no museu, que se referia à amarração dos
barcos.
Almoçamos num restaurante a beira do Rio Douro chamado Porto Cruz onde saboreamos um
bacalhau com batatas e cebola.
Após o almoço seguimos pela Av. de Gustavo Eifel até as proximidades da Ponte do
Infante, subimos uma íngreme reula e chegamos próximo ao casco velho.
Passamos pelo Palácio dos Condes de Azevedo - edifício construído para habitação nos
séculos XVII e XVIII.
A fachada caracteriza-se pela sua sobriedade.
Foi propriedade da família dos Condes de Azevedo.
Em 1887 foi comprado pelo estado e alojou desde então alguns serviços públicos.
A caminho da Catedral da Sé passamos pela Cerca Primitiva - em torno do morro da Sé
ergue-se a primitiva muralha medieval da cidade, construída nos séculos XI e XII, sobre
anteriores alinhamentos defensivos.
Nesta muralha abriam-se as portas de Ramdoma, de São Sebastião e de Sant'Ana, bem como o
postigo da Mentira, depois chamado "Porta das Verdades".
Desta cerca restam apenas alguns trechos escondidos sobre o casario, a exceção do
pedaço junto a Vandoma.
Chegamos a Sé do Porto - Sé Catedral - construída no século XII, em estilo românico,
evidencia influencias da região francesa de Limousin e da Escola de Coimbra.
A sacristia, o claustro e a capela de João Gordo - com o notável tumulo do fundador, em
calcário - são já do período gótico.
Na parede exterior da torre norte, um baixo relevo representa uma embarcação do século
XIV, que traduz a importância da vocação marítima da cidade.
Num dos contrafortes da torre sul, um olhar atento pode observar duas medidas padrão,
gravadas na pedra, únicos vestígios da feira medieval que se desenrolava diante da Sé.
Passamos pela Torre Medieval - Casa-torre descoberta durante as demolições do terreiro
da Sé, realizadas na década de 40.
É atualmente uma reconstituição, deslocada do lugar original uns 15 metros.
Os documentos referem outras casas-torres no interior da cerca primitiva, entretanto
desaparecidas.
Seguimos a Igreja dos Grilos - igreja edificada no século XVI em estilo maneirista.
Pertencia ao Colégio da Companhia de Jesus e o frontal ostenta o seu emblema. Depois da expulsão dos jesuítas foi vendido aos
agostinhos descalços, conhecidos por Frades Grilos, que aqui permaneceram até 1832.
No interior destacam-se o retabulo de Nossa Sra. da Purificação, em talha dourada e um
belo painel em estilo neoclássico, estava fechada.
Subimos por algumas ruelas bastante íngremes e tipicamente medievais até que chegamos ao
Oratório da Capela de São Sebastião, a capela foi construída pela Ordem dos Agostinhos
Descalços, sediados no Convento dos Grilos e as suas armas figuram na fachada.
Fazia parte de um conjunto de oratórios incluídos no percurso da Procissão do Senhor
dos Passos, que a Ordem organizou até 1832.
Chegamos a Igreja de Santo Antonio dos Congregados.
Depois que conseguimos algumas informações no escritório de Turismo sobre as cidades de
Fátima e Lisboa, seguimos até a Estação de Ônibus para aquisição das passagens com
destino a Fátima, no percurso passamos pela Igreja de Santo Idelfonso - Praça da Batalha
- A nova Igreja de Santo Idelfonso foi edificada entre os anos de 1730 e 1737, não se
sabendo o autor de seu projeto.
Contrariamente ao que sucede na fachada, desprovida de grandiosidade, o retabulo da
capela-mor revela toda a elegância da sua nova estrutura retábula.
A obra de talha teve o risco de Nicolau Nasoni.
Os painéis de azulejo são do pintor Jorge Colaço, representando cenas da vida do
patrono da igreja.
Circulamos um pouco pela área central e por volta das 18:00 grande parte da iluminação
natalina já estava acesa, após algumas fotos encerramos o nosso dia.
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