Diário de Viagem - 088/119 - 01/12/2006      Santiago de Compostela


 -x-x-x-x-x- . As 10:00 saímos de A Coruña com destino a Santiago de Compostela, uma viagem de 50 minutos e estávamos chegando a Santiago de Compostela, cidade Patrimônio da Humanidade e capital espiritual da Galicia, conserva a séculos sua variada fisionomia deixada pela passagem do tempo nas suas Igrejas e edifícios, nas suas ruas e praças e até nos seus hábitos de vida.
Santiago de Compostela é a capital da Galiza (Espanha), localiza-se na Corunha, de área 221,50 km² com população de 92.298 habitantes (2004) e densidade populacional de 416,70 hab/km².
É uma cidade mundialmente famosa pela sua Catedral de fachada barroca aonde acorrem os peregrinos que trilham os Caminhos de Santiago de maneira a depararem-se com o manto de Sant'Iago, um dos apóstolos de Cristo, cujo corpo se diz que foi trasladado para aquele lugar.
No território que actualmente ocupa a Catedral de Santiago existia um povoado romano, que se tende a identificar como a mansão romana de Aseconia que existiu entre a segunda metade do século I e o século V, o povoado desapareceu mas permaneceu uma necrópole que esteve em uso quiçá até o século VII.
O nascimento de Santiago como se conhece agora está ligada á descoberta (presumível) dos restos do Apóstolo Santiago entre 820 e 835, a elevação do nível religioso dos restos, a Universidade e na atualidade á capitalidade da Galiza.
Segundo a tradição medieval, como aparece pela primeira vez na Concórdia de Antealtares (1077), o eremita Paio alertado por luzes noturnas que se produziam no bosque de Libredão avisou o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, que descobriu os restos de Santiago o Maior e de dois dos seus discípulos, no lugar que posteriormente se levantaria Compostela, topónimo que poderia vir de Campus Stellae, isto é "campo de estrelas", ou mais provavelmente de Composita Tella, "terras bem ajeitadas", eufemismo de cemitério; ou mesmo "[Ja]Com[e A]postol[u]").
A descoberta propiciou que Afonso II, necessitado de coesão interna e apoio externo para o seu reino, fizera uma peregrinação que anunciou no interior do seu reino e no exterior, a um novo lugar de peregrinação da cristandade num momento em que a importância de Roma decaíra e Jerusalém não era acessível por estar em poder dos muçulmanos.
Pouco a pouco foi-se desenvolvendo a cidade, primeiro estabeleceu-se uma comunidade eclesiástica permanente a cargo dos restos atopados formada pelo bispo de Iria e os monges de Antealtares, espontaneamente assentou-se uma população heterogénea, ainda que fundamentalmente estava formada por emigrantes procedentes das aldeias próximas, que foi aumentando à medida que se desenvolvia a peregrinação por razões religiosas por todo o ocidente peninsular, reforçado pelo privilégio concedido por Ordonho II no ano 915 pelo que se estabelecia que quem quer que permanecer quarenta dias sem ser reclamado como servo passava a ser considerado como um homem livre com direito a residir em Compostela.
A cidade foi destruída por Al-Mansur em 10 de Agosto do ano 997, que tão só respeitou a sepultura do apóstolo, após a volta dos habitantes começou a reconstrução, o bispo Cresconio a meados do século XI dotou a cidade dum cinto de fossas e uma muralha como medida defensiva.
No ano 1075 deu-se inicio à construção da Catedral românica, o aumento da peregrinação fez de Compostela um lugar de referencia religiosa na Europa, aumentando a sua importância, que se vê recompensada também politicamente, acabando na época do Arcebispo Xelmírez a catégoria de metropolitana para a igreja compostelana (1120 ).
Entre os séculos XII e XIII foi-se artilhando a rede de ruas dentro do recinto amuralhado.
A chegada da Peste Negra à cidade seguido de uma forte recepção demográfica, a partir de 1380 recuperou população e no século XV tinha entre 4 e 5.000 habitantes.
A fundação da Universidade no século XVI dá-lhe um novo impulso à atração de Santiago, em particular na Galiza, atração que continuará tendo ainda apesar da descida relativa da importância da cidade.
O estabelecimento da autonomia da Galiza fixado pela capital galega, obtendo como consequência um novo pulo no fim do século XX que contrastou amplamente a descida relativa da importância como cidade universitária ao criarem-se as universidades de Vigo e Corunha.
Com razão o Codice Calixtino, que contem uma guia da peregrinação composta por volta do ano 1130 e diz: "Ao que contempla esta cidade o seu coração se enche de alegria e de gozo maravilhado pela sua variedade e grandeza".
Santiago constitui-se como lugar urbano já desde o século X.
Era um reduzido conjunto centrado na Igreja de Santiago com um pequeno arredor na ladeira oeste de um velho castro cujo florescimento deveu-se por dominar um cruzamento de caminhos e as peregrinações ocorridas ao longo dos séculos.
Hoje, frente a dois grandes acontecimentos como são o Xacobeu 99 e a cidade européia da cultura do ano 2000, Santiago dispõe de uma moderna infra-estrutura em matéria de hotéis, Palácio de Congressos, Auditório e Instalações de albergar qualquer evento.
Chegamos a Santiago e nos hospedamos próximo a Estacion de Autobus, mais ou menos 200 m de distância, estamos a mais ou menos 10 minutos do casco velho (Catedral de Santiago).
Quando começamos a nosso visita a cidade velha fizemos o nosso acesso pela Porta do Caminho, uma feliz coincidência por que em 2002, quando fizemos o Caminho de Santiago foi através desta porta que alcançamos o nosso objetivo maximo, a Catedral de Santiago.
Circulando pelas ruelas passamos em frente da Capela de Animas, uma estrutura do século XVII, projeto Ferrero Caavero e reformada por Ventura Rodriguez.
Esta capela tem uma só nave central mas tem várias pequenas capelas onde estão grupos escultoricos em terra-cota (os grupos representam imagens da via sacra, principalmente aquelas relacionadas com a crucificação de Cristo).
Assistimos a missa das 12:00 horas e nos dirigimos a Praza do Obradoiro, e da frente de Pazo de Raxoi, neoclássico, do final do século XVIII.
Sede do Ayuntamiento e Presidência da Junta da Galicia, tiramos as primeiras fotos da Catedral de Santiago.
Nos dirigimos ao escritório de turismo a fim de solicitarmos informações sobre os pontos turísticos da cidade, horários de museus e ciber-cafe.
Sendo já 13:00 horas da tarde fomos almoçar, aqui na área histórica por uma questão de tradição predominam os pratos com frutos do mar. Nosso roteiro, Cidades pelas quais já passamos e iremos passar... O nosso almoço de hoje foi: Pulpo (polvo) com batatas, Merluza com batatas e Lacon (carne de porco) com batatas, vino e torta de santiago.
Após o almoço fomos visitar a Catedral de Santiago, o tempo continuava chuviscando e frio, entramos e fizemos uma visita a Santiago, não sendo horário de culto, a mesma estava praticamente vazia.
Seguimos em direção a praça Carbaleria de Santa Suzana, na qual numa das pontas estão as estatuas das duas e meia (são estatuas de duas senhoras de idade em trajes de camponês e que segundo o folclore popular as mesmas sempre passavam por este local as 2:30 da tarde).
Circulamos por mais algumas ruas e ruelas e localizamos o Ciber, bastante bom, tecnicamente falando, após as nossas atualizações seguimos para mais um pequeno tour pelas ruas de Santiago.
Aproximando-se do final da tarde refizemos o caminho de volta para nos familiarizarmos quando passamos pela Capela de Nossa Senhora da Quinta Angustia (fechada).
Chegamos ao nosso Hotel e 30 minutos depois nos dirigimos a um mercadinho/mercearia a fim de fazermos o rancho para o fim do dia.
O hotel onde nos hospedamos chama-se Hospedaje Lojo, Rua do Home Santo, 33 - 1 andar, na realidade é uma casa familiar e que aluga "habitaciones", este detalhamento tem como objetivo justificar o próximo detalhe: pela primeira vez em 88 dias de viagem temos uma imagem do Cristo Crucificado em nosso quarto.


Click nas fotos para ampliar.

Mendes  @   Rosa Maria

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