As 10:00 saímos de A Coruña com destino a Santiago de
Compostela, uma viagem de 50 minutos e estávamos chegando a Santiago de Compostela,
cidade Patrimônio da Humanidade e capital espiritual da Galicia, conserva a séculos sua
variada fisionomia deixada pela passagem do tempo nas suas Igrejas e edifícios, nas suas
ruas e praças e até nos seus hábitos de vida.
Santiago de Compostela é a capital da Galiza (Espanha), localiza-se na Corunha, de
área 221,50 km² com população de 92.298 habitantes (2004) e densidade populacional de
416,70 hab/km².
É uma cidade mundialmente famosa pela sua Catedral de fachada barroca aonde acorrem os
peregrinos que trilham os Caminhos de Santiago de maneira a depararem-se com o manto de
Sant'Iago, um dos apóstolos de Cristo, cujo corpo se diz que foi trasladado para aquele
lugar.
No território que actualmente ocupa a Catedral de Santiago existia um povoado romano, que
se tende a identificar como a mansão romana de Aseconia que existiu entre a segunda
metade do século I e o século V, o povoado desapareceu mas permaneceu uma necrópole que
esteve em uso quiçá até o século VII.
O nascimento de Santiago como se conhece agora está ligada á descoberta (presumível)
dos restos do Apóstolo Santiago entre 820 e 835, a elevação do nível religioso dos
restos, a Universidade e na atualidade á capitalidade da Galiza.
Segundo a tradição medieval, como aparece pela primeira vez na Concórdia de Antealtares
(1077), o eremita Paio alertado por luzes noturnas que se produziam no bosque de Libredão
avisou o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, que descobriu os restos de Santiago o Maior e de
dois dos seus discípulos, no lugar que posteriormente se levantaria Compostela, topónimo
que poderia vir de Campus Stellae, isto é "campo de estrelas", ou mais
provavelmente de Composita Tella, "terras bem ajeitadas", eufemismo de
cemitério; ou mesmo "[Ja]Com[e A]postol[u]").
A descoberta propiciou que Afonso II, necessitado de coesão interna e apoio externo para
o seu reino, fizera uma peregrinação que anunciou no interior do seu reino e no
exterior, a um novo lugar de peregrinação da cristandade num momento em que a
importância de Roma decaíra e Jerusalém não era acessível por estar em poder dos
muçulmanos.
Pouco a pouco foi-se desenvolvendo a cidade, primeiro estabeleceu-se uma comunidade
eclesiástica permanente a cargo dos restos atopados formada pelo bispo de Iria e os
monges de Antealtares, espontaneamente assentou-se uma população heterogénea, ainda que
fundamentalmente estava formada por emigrantes procedentes das aldeias próximas, que foi
aumentando à medida que se desenvolvia a peregrinação por razões religiosas por todo o
ocidente peninsular, reforçado pelo privilégio concedido por Ordonho II no ano 915 pelo
que se estabelecia que quem quer que permanecer quarenta dias sem ser reclamado como servo
passava a ser considerado como um homem livre com direito a residir em Compostela.
A cidade foi destruída por Al-Mansur em 10 de Agosto do ano 997, que tão só respeitou a
sepultura do apóstolo, após a volta dos habitantes começou a reconstrução, o bispo
Cresconio a meados do século XI dotou a cidade dum cinto de fossas e uma muralha como
medida defensiva.
No ano 1075 deu-se inicio à construção da Catedral românica, o aumento da
peregrinação fez de Compostela um lugar de referencia religiosa na Europa, aumentando a
sua importância, que se vê recompensada também politicamente, acabando na época do
Arcebispo Xelmírez a catégoria de metropolitana para a igreja compostelana (1120 ).
Entre os séculos XII e XIII foi-se artilhando a rede de ruas dentro do recinto
amuralhado.
A chegada da Peste Negra à cidade seguido de uma forte recepção demográfica, a partir
de 1380 recuperou população e no século XV tinha entre 4 e 5.000 habitantes.
A fundação da Universidade no século XVI dá-lhe um novo impulso à atração de
Santiago, em particular na Galiza, atração que continuará tendo ainda apesar da descida
relativa da importância da cidade.
O estabelecimento da autonomia da Galiza fixado pela capital galega, obtendo como
consequência um novo pulo no fim do século XX que contrastou amplamente a descida
relativa da importância como cidade universitária ao criarem-se as universidades de Vigo
e Corunha.
Com razão o Codice Calixtino, que contem uma guia da peregrinação composta por volta do
ano 1130 e diz: "Ao que contempla esta cidade o seu coração se enche de alegria e
de gozo maravilhado pela sua variedade e grandeza".
Santiago constitui-se como lugar urbano já desde o século X.
Era um reduzido conjunto centrado na Igreja de Santiago com um pequeno arredor na ladeira
oeste de um velho castro cujo florescimento deveu-se por dominar um cruzamento de caminhos
e as peregrinações ocorridas ao longo dos séculos.
Hoje, frente a dois grandes acontecimentos como são o Xacobeu 99 e a cidade européia da
cultura do ano 2000, Santiago dispõe de uma moderna infra-estrutura em matéria de
hotéis, Palácio de Congressos, Auditório e Instalações de albergar qualquer evento.
Chegamos a Santiago e nos hospedamos próximo a Estacion de Autobus, mais ou menos 200 m
de distância, estamos a mais ou menos 10 minutos do casco velho (Catedral de Santiago).
Quando começamos a nosso visita a cidade velha fizemos o nosso acesso pela Porta do
Caminho, uma feliz coincidência por que em 2002, quando fizemos o Caminho de Santiago
foi através desta porta que alcançamos o nosso objetivo maximo, a Catedral de Santiago.
Circulando pelas ruelas passamos em frente da Capela de Animas, uma estrutura do século
XVII, projeto Ferrero Caavero e reformada por Ventura Rodriguez.
Esta capela tem uma só nave central mas tem várias pequenas capelas onde estão grupos
escultoricos em terra-cota (os grupos representam imagens da via sacra, principalmente
aquelas relacionadas com a crucificação de Cristo).
Assistimos a missa das 12:00 horas e nos dirigimos a Praza do Obradoiro, e da frente de
Pazo de Raxoi, neoclássico, do final do século XVIII.
Sede do Ayuntamiento e Presidência da Junta da Galicia, tiramos as primeiras fotos da
Catedral de Santiago.
Nos dirigimos ao escritório de turismo a fim de solicitarmos informações sobre os
pontos turísticos da cidade, horários de museus e ciber-cafe.
Sendo já 13:00 horas da tarde fomos almoçar, aqui na área histórica por uma questão
de tradição predominam os pratos com frutos do mar. O nosso almoço de hoje foi: Pulpo (polvo) com batatas,
Merluza com batatas e Lacon (carne de porco) com batatas, vino e torta de santiago.
Após o almoço fomos visitar a Catedral de Santiago, o tempo continuava chuviscando e
frio, entramos e fizemos uma visita a Santiago, não sendo horário de culto, a mesma
estava praticamente vazia.
Seguimos em direção a praça Carbaleria de Santa Suzana, na qual numa das pontas estão
as estatuas das duas e meia (são estatuas de duas senhoras de idade em trajes de
camponês e que segundo o folclore popular as mesmas sempre passavam por este local as
2:30 da tarde).
Circulamos por mais algumas ruas e ruelas e localizamos o Ciber, bastante bom,
tecnicamente falando, após as nossas atualizações seguimos para mais um pequeno tour
pelas ruas de Santiago.
Aproximando-se do final da tarde refizemos o caminho de volta para nos familiarizarmos
quando passamos pela Capela de Nossa Senhora da Quinta Angustia (fechada).
Chegamos ao nosso Hotel e 30 minutos depois nos dirigimos a um mercadinho/mercearia a fim
de fazermos o rancho para o fim do dia.
O hotel onde nos hospedamos chama-se Hospedaje Lojo, Rua do Home Santo, 33 - 1 andar, na
realidade é uma casa familiar e que aluga "habitaciones", este detalhamento tem
como objetivo justificar o próximo detalhe: pela primeira vez em 88 dias de viagem temos
uma imagem do Cristo Crucificado em nosso quarto.
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